A Purple Life UV, que antes era restrita a hospitais e grandes instituições, desenvolveu produtos para casa e pequenas empresas, focando agora no consumidor final.
O novo coronavírus tem mostrado seu poder de contaminação, mesmo em pessoas que estão em confinamento. Isto ressalta o alto potencial de transmissão desse vilão, motivo pelo quala China tem utilizado, desde o início,luzes ultravioletas como uma forte aliada em seu programa de contenção da doença.
A Luz UV-C,que há muitos anos vem sendo usada em hospitais, aviões e até no processo de desinfecção da água contra vírus e bactérias, já mostrava efetividade contra o Sars-cov, e agora, também virou a principal ferramenta para o combate ao SARS-COV2 ou COVID-19, como é mais conhecido.
Como resultado, seu uso entrou na linha de frente da luta contra o novo coronavírus. No final de março, o Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da USP cedeu, à Santa Casa da Misericórdia da cidade Rodos, UV-C para a descontaminação dos pisos do hospital, de acordo com informações do Jornal da USP. Na China, ônibus inteiros já são esterilizados com essa tecnologia. Os emissores de UVC limpam o chão dos hospitais de diversos países e até alguns bancos utilizam essa luz para desinfetar dinheiro, cita a Revista Veja em matéria publicada em abril.
“As pessoas precisam entender que o vírus está sendo transmitido em diversos locais e por diversos objetos, e que o uso de máscara não é suficiente para evitar uma contaminação em massa”, explica Tiago Oliveira, diretor comercial da Purple Life Brasil, uma das pioneiras em tecnologia UV-C para hospitais e tratamentos de água.“Devido ao atual momento de pânico em que estamos vivendo, desenvolvemos novos produtos focados no consumidor final, com preços acessíveis a todos públicos”, completa Tiago.
A Purple Life desenvolveu equipamentos de bolso para que seus clientes possam levar essa poderosa arma de desinfecçãopara qualquer lugar.
“Estamos vendendo mais de 500 unidades por dia e tendo dificuldade em suprir a demanda do mercado brasileiro”, afirma Tiago.
De acordo com a empresa, para esterilizar um ambiente de 30 metros quadrados de área,utilizando um de seus produtos, são necessários apenas 15 minutos de aplicação da radiação.
O que é UVC?
Para entender o que é a radiação ultravioleta, é preciso lembrar das aulas de física, quando aprendemos que a luz é uma onda. As diferentes cores, por exemplo, são vistas por nós porque têm comprimentos de onda diferentes, lembra? A luz ultravioleta (UV) é uma luz invisível aos seres humanos, pois seu comprimento de onda está abaixo da luz visível.
Ela é dividida em três tipos: UVA, UVB e UVC. A radiação UVA é a mais abundante. É a que provoca aquele bronzeado instantâneo, mas também causa o envelhecimento precoce da pele. Já a radiação UVB chega até nós em menor quantidade, visto que a maior parte dos seus raios é absorvida pela camada de ozônio. No entanto, o pouco que passa é suficiente para causar as doloridas queimaduras solares, além de gerar mutações genéticas que podem levar ao câncer de pele.
Por fim, a radiação UVC é a mais potencialmente danosa, pois tem a capacidade de destruir não só o RNA do vírus, mas também o DNA. Felizmente, no ambiente natural, esses raios não chegam até nós, pois são completamente absorvidos pela camada de ozônio e pela atmosfera da Terra – daí mais um motivo importante para mantermos a camada de ozônio intacta. Por isso, é necessário que, quando equipamentos que utilizam esse tipo de radiação estejam em funcionamento, não haja nenhum ser humano no local.
Para tentar aumentar o uso dessa tecnologia, principalmente em um momento em que a higienização constante e eficaz de roupas e ambientes não é somente necessária em hospitais e espaços públicos, mas também dentro de casa, pesquisadores da Universidade Columbia, nos Estados Unidos, avaliam a tecnologia chamada far-UVC, a mesma utilizada pela pioneira Purple Life.
Ela utiliza lâmpadas que emitem doses baixas e contínuas de luz ultravioleta. Essa luz seria capaz de matar vírus e bactérias sem prejudicar a pele, olhos e outros tecidos humanos, que é exatamente o problema com a luz UVC convencional, visto que utiliza uma alta intensidade de radiação para fazer esse serviço. “A luz far-UVC tem o potencial de ser um divisor de águas”, disse David Brenner, professor de biofísica de radiação e diretor do Centro de Pesquisa Radiológica da Universidade Columbia, em entrevista ao Columbia News, conforme apurado pela Revista Veja.